Engenharia Elétrica – UFSM busca implantar eletrovias para a gestão e distribuição de energia de forma inteligente

MAIS UM PROJETO COM A GESTÃO FINANCEIRA
E ADMINISTRATIVA DA FATEC

Professora Luciane Neves Canha e a equipe da UFSM e o pesquisador da CiBiogas – Nicolas Berhorst

O projeto “Interface de Inovação Multi Agentes envolvendo a Indústria Automobilística, os Sistemas de Energia e Infraestruturas de Mobilidade Elétrica para Eletrovias Inteligentes”. Este é um projeto desenvolvido pela engenheira eletricista, professora Dra. Luciane Neves Canha do Centro de Excelência em Energia e Sistemas de Potência – CEESP do Centro de Tecnologia – CT da Universidade Federal de Santa Maria – UFSM.

O objetivo do projeto segundo a professora é desenvolver um sistema de gestão inteligente de eletrovias para integrar com interoperabilidade os distribuidores de energia, usuários, indústria automotiva, fabricantes, operadores de pontos de carregamento e instituições públicas a fim de, contribuir para o estabelecimento de bases para o uso do veículos elétricos no Brasil de forma a inserir o país no mesmo nível de inovação em termos de gerenciamento de recursos energéticos distribuídos que em países desenvolvidos.

A pesquisa tem como justificativa a agenda de eletrificação do transporte que requer ferramentas de gestão que forneçam suporte aos usuários trazendo comodidade e segurança em seus deslocamentos. Apesar de o Brasil contar com poucas unidades de veículos elétricos, o sistema de gestão inteligente de eletrovias proposto neste projeto procura reduzir o gap tecnológico e de políticas de incentivo a esse novo mercado, inserindo o Brasil no rol de países que utilizam veículos elétricos e possuem políticas voltadas para o desenvolvimento de frotas veiculares.

A professora explica também, que o projeto irá contribuir com o desenvolvimento de novos modelos de negócio, com infinitas possibilidades a serem exploradas dos espaços de estacionamentos de recarga em eletrovias, incluindo os recursos de energias distribuídos: energia solar e armazenamento da energia elétrica.

Ressaltando que a contribuição dos veículos elétricos na emissão de gases poluentes é quase zero, evitando com isso, maior degradação ao meio ambiente. A criação de novos empregos e negócios que surgirão a partir da gestão destas iniciativas tem um forte potencial empreendedor para o mercado nacional. Mas para isso, a coordenadora explica que é necessária a efetivação de eletropostos para que os carros sejam abastecidos, já que estes possuem uma autonomia média de cerca de 300 km.

Para o uso diário, dentro do perímetro urbano a questão do abastecimento e recargas não implica em maiores problemas, pois este cliente pode, ao adquirir seu automóvel elétrico, realizá-los em sua própria residência, em shoppings ou mercados que já oferecem estações de recarga, por exemplo. Porém, em termos de deslocamentos superiores aos 300 km é necessário que haja uma infraestrutura de eletropostos nas rodovias e em lugares estratégicos que possam abastecer logisticamente estes automóveis de forma regular sem que nenhum usuário fique prejudicado.

A professora e coordenadora do projeto salienta também que o impacto da recarga residencial de veículos elétricos na rede de distribuição é pequena se considerarmos a potência dos carregadores lentos que é de, no máximo 7,5 kW o que equivale à instalação de um chuveiro residencial a mais. Como em geral o cliente residencial recarregará seu carro à noite e considerando um fator de diversidade, pode-se dizer que este impacto na rede de baixa tensão é pequeno. Mas segundo ela, as recargas rápidas possuem potências de 50 kW, podendo chegar a 150 kW ou mais (já se tem estações com potencias de 300kW e 600 kW) e seu impacto sobre a rede de média tensão é significativo. Para que este impacto não seja negativo é necessário que a infraestrutura para as recargas rápidas tenha um sistema de gerenciamento inteligente que não apenas minimize impactos indesejados mas amplie o potencial de uso destas tecnologias.

A parceria entre a UFSM, a CIBiogás (Centro Internacional de Energias Renováveis), a COPEL DIS (Companhia Paranaense de Energia) para o desenvolvimento do projeto de P&D Estratégico em atendimento à Chamada P022 da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) tem como objetivo desenvolver pesquisa que estabeleça novos modelos de negócio associados a sistemas de gerenciamento inteligentes de recursos energéticos, distribuídos para eletrovias, e que busca contribuir para o desenvolvimento tecnológico brasileiro inovador e sustentável.

Estão incluídos neste projeto desenvolvido e coordenado pela professora Luciane Neves Canha os professores do grupo de pesquisa: Carlos Henrique Barriquello e Bruno Fontana da Silva (atuando nos protocolos de comunicação e resposta a demanda), Rafael Gressler Milbrandt (na ciência da computação, internet das coisas (IoT)), Machine Learning e Vinicius Jacques Garcia (no desenvolvimento de modelos de gerenciamento inteligentes para eletrovias), Wagner da Silva Brignol (na análise do impacto na rede elétrica) e o técnico administrativo em educação – TAE e mestrando do PPGEE/UFSM Jeann Carlo Martins Raguzzoni (nas interfaces físicas entre os dispositivos com a internet). Estão também trabalhando no projeto alunos de iniciação científica, mestrado e doutorado do PPGEE/UFSM, nível 6 CAPES considerado um dos programas de pós-graduação em engenharia elétrica de excelência no Brasil.

O projeto conta com a colaboração e a parceria da FATEC em seu desenvolvimento e como tal, a professora Luciane explica que a participação da Fundação é de grande importância pois esta é o órgão que centraliza a gestão administrativa dos recursos financeiros do projeto, realiza junto com a coordenadora a prestação de contas à COPEL e UFSM e garante a transparência na execução da pesquisa e no desenvolvimento.

Kelly Martini – MTb 137.25
Assessora de Imprensa da FATEC

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