“ADSORÇÃO DE CAROTENOIDES A PARTIR DO ÓLEO DE PALMA – FASE I”

Agitador disponível no LAPAM – tipo shaker utilizado para a adsorção em batelada

O projeto “ADSORÇÃO DE CAROTENOIDES A PARTIR DO ÓLEO DE PALMA – FASE I” é desenvolvido e coordenado pelo engenheiro químico, professor, Dr. Eduardo Hiromitsu Tanabe, do Laboratório de Processos Ambientais – LAPAM, do Departamento de Engenharia Química – DEQ da Universidade Federal de Santa Maria – UFSM.

Segundo o professor Eduardo, são objetivos do projeto: promover os componentes indesejáveis e a coloração (carotenoides) do óleo de palma aplicando a operação unitária de adsorção, inicialmente em batelada e, posteriormente, em escala piloto contínua; caracterizar o óleo de palma em termos de ácidos graxos livres e a quantidade de carotenóides totais presentes na matéria prima antes e após a adsorção; aplicar a operação de adsorção em batelada para determinar as condições experimentais ótimas e definir o melhor adsorvente; aplicar a adsorção em leito fixo para avaliar os efeitos da altura do leito fixo, dar vazão a alimentação e a concentração de carotenóides na adsorção piloto contínua; recuperar os carotenóides através da dessorção do material adsorvente a fim de destiná-los para outro uso, por exemplo, na vitamina A; estudar a regeneração e reutilização do material adsorvente em ciclos seqüenciais de adsorção e dessorção.

O QUE É ADSORÇÃO – é a adesão de moléculas de um fluido a uma superfície sólida; o grau de adsorção depende da temperatura, da pressão e da área da superfície, os sólidos porosos como o carvão ativado são ótimos adsorventes. As forças que atraem o adsorvato podem ser químicas ou físicas.
O QUE É DESSORÇÃO – é o processo ou fenômeno pelo qual uma substância é libertada de uma superfície ou através de uma superfície, por oposição à sorção.

O professor Eduardo justificativa a criação do projeto explicando que o óleo de palma é atualmente o principal óleo vegetal que abastece o mercado de alimentos e biodiesel do mundo. Sua cultura possui a maior produtividade por hectare, sendo até 10 vezes mais produtivo que o óleo de soja e tornando-se altamente competitivo no mercado. O óleo de palma é a fonte natural mais rica de carotenóides, na qual aproximadamente 90% são carotenos, os quais são fundamentalmente responsáveis pela cor laranja escura do óleo. Apesar das propriedades dos carotenóides, a presença da cor acaba tornando-se um grande problema para a indústria, uma vez que é necessário que o óleo de palma seja amarelo claro, garantindo sua versatilidade e uso em diversos produtos alimentícios e farmacêuticos, como cremes, pães, margarinas e cosméticos. Desta forma, antes do consumo humano, o óleo de palma bruto passa por um processo de refino, que visa remover compostos como fosfolipídios, substâncias livres, ácidos graxos, produtos de oxidação, pigmentos e outros componentes indesejáveis. O processo de refino é crucial para garantir a qualidade do produto final (odor, sabor, cor), bem como sua função (composição de ácidos graxos, vitaminas e antioxidantes) e seu custo (perda de óleo neutro). Porém, a quantidade de caroteno perdida durante o refino de óleo de palma seria suficiente para atender à necessidade mundial de vitamina A, assim, a extração de carotenóides antes do refino aumentaria o valor da cadeia do óleo de palma, possibilitando a sua destinação para outra finalidade, agregando valor ao produto final. Na literatura, técnicas como extração, adsorção, saponificação, transesterificação, destilação molecular e fluído supercrítico foram utilizadas para recuperar os carotenóides do óleo de palma. Dentre esses métodos, destaca-se a adsorção por ser uma técnica ambientalmente amigável, de baixo custo e fácil operação, sendo uma alternativa viável para ser aplicada na recuperação de carotenóides em escala industrial.

O pesquisador Eduardo comenta que o acordo firmado entre o Laboratório de Processos Ambientais – LAPAM e a Bioesans é de suma importância, pois possibilita o desenvolvimento e o aprimoramento de tecnologias para agregação de valor de matérias prima que a princípio são degradados na indústria do óleo de palma. Ainda segundo ele, “a FATEC apresenta uma grande relevância, porque sempre auxilia os pesquisadores na gestão dos recursos financeiros captados pela UFSM, através de uma equipe qualificada e prestativa”.

Kelly Martini – MTb 137.25
Assessora de Imprensa da FATEC

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